
Cagão... O pó do giz que morria na lousa dava luz a arte que vivia em mim. O grito da campainha anunciou a pausa entre as aulas daquela tarde. Todos voaram para o pátio; eu, para o quadro de giz - como de costume. Entretido com os meus desenhos pueris, de costas para o vazio da sala, acostumado com a solidão do recreio, soberano disparei um pum, punzinho básico, inofensivo, calmo, taciturno. Pum de monge em filme mudo. "Um peidim fuleiro", como diria Arnô de Zacarias. Na imediatez da flatulência, senti um fiapo de quentura invadir-me as partes. "Vôte!". Desconfiado, levei a mão direita até a região glútea, no encontro traseiro das pernas com o tronco, no bleforé dos traques, no alcantil das costas... na bunda. Pronto, falei! Constatei com o tato que o pum era líquido. Oxe! Pum líquido? O "fie duma égua" do cérebro, com a resposta pronta, ainda zombou do olfato, levando minha mão até o nariz, que recebeu o dissabor de um veredito fétido. Que ...